quarta-feira, 31 de março de 2010

Música, reflexão, Amor, lágrimas, desamparo, fotos, sangue.

Fora um dia normal, até que aconteceste o inesperado (Espere o inesperado). Era 12 de janeiro, se me recordo bem. Estava em busca de alimentos na ruas sombrias e desabitadas do comércio Haitiano. Até que começara a dar tremores, tremores que nunca sentira, que nunca ouvira falar, até que quando olhara para o lado e percebera que aconteceste conosco o que nunca ninguém esperaria de um país pobre e subdesenvolvido. Duas horas se passara, havia perdido meu campo de visão, perdi minha família. Tudo ao meu redor, estara quebrado ou despedaçado. Haviam pessoas sofrendo, morrendo (mas do que era habitual de se ver...), junto á eles, o clamor, o desespero de pedir á Deus que os ajudaste a encontrar seus familiares. Saira correndo, em busca do meu filho que deixara na ponte, e levando comigo apenas o pressentimento do pior (a única coisa que conseguira pensar, era no pior). Minhas forças eram inexistentes, a cada passo, os destroços pareciam me indagar, o porque, o: "o que seria de nós após isso?". Era praticamente impossível haver vida após isso! Meu coração batera assustado, minhas lágrimas se juntara com os corpos que a cada segundo ia aumentando... Ainda procurara meu filho. Pausa. Colocara a mão no bolso e tirara uma foto dele, ainda bebê. Não contive as lágrimas. Saí correndo, com meu coração acelerando a cada passo largo que eu dava. Primeira parada. Minha respiração paralisara por um segundo. Já meu coração? Ah, esse saísta pelo boca. Olhara para o lado, com lágrimas escorrendo incessamente, porém com as esperança que ainda o encontraria vivo. Afinal, era meu filho, saira do meu próprio ventre. O tempo passava, as buscas se tornavam cada vez mais longas e cansativas. Respirei profundamente. Outra pausa. Meu coração sentira uma batida diferente. Olhara para frente e achara meu filho. Fui ao teu encontro desesperadamente. Ele estava com uma foto nossa, que um turista havia nos dado, quando lhe fui pedir alimentos. Não conseguia conter minhas lágrimas... Chorava o equivalente a todos aqueles destroços, (Meu filho, era meu mundo, minha vida). Meu filho estava sangrando, sentia-se cada vez mais fraco, eu sabia que o fim dele era certo. Estava machucado. Mas uma coisa me impressionaste, o fato dele conseguir escrever com seu próprio sangue, antes mesmo de partir:
"Mom, you're not alone..."
(Mãe, você não está sozinha).

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