sábado, 6 de novembro de 2010

A.

Sol. Traga para mim, o que eu não posso ter e muito menos ver. Tudo, se perdeu. Não há mais sentido. Nunca houve talvez. Mas agora, todo o sentido que era para ter, se perdeu por inteiro. Sabe o que isso significa? Te perdi. Para sempre não existe. Talvez seja por um momento chamado: indeterminável. Prefiro não falar por quanto tempo. Ele pode tardar, ou adiar-se. O tempo não volta para trás, mas ele faz as lembranças voltarem. Ontem, recebi uma notícia. Ótima á você. Tampouca boa para mim. Você se vai por completo para longe. De mim. Eu já imaginava. Já contava com essa. Talvez seja melhor assim. Menos sofrimento. Menos pensamentos. Mas ao mesmo tempo. Mais saudades. Mais vontade de ir de ver aonde quer que você esteja.

Mas ao mesmo tempo, sei que não terei você para mandar mensagens clamando saudades, clamando que (ainda) quero te ver. O último tchau. Adeus, nunca. Por mais que seja um adeus momentaneo. Sei que você voltará. Só que não sei quando. Prefiro te guardar. Em um lugar que não o tirariam. O cansaço fez parte de mim, nas escolhas. Mas ao mesmo tempo, não consigo ficar longe. O que me impede? Seria o fato de ainda pensar, amar, querer, sonhar com você há exatos 1 ano? As lágrimas já pararam de escorrer, não as vejo desde de sexta. A tristeza, desde de ontem. O sofrimento se foi. A saudades ficou. Sei que você não deve pensar em tudo, em que vivemos. Isso já deve ter passado há tempos. Devo ser um buraco. Alto, profundo. Em que não se vê mais o topo, pois de tantas tentativas falhas ao sair, acabou-se afundando mais, não dando espaço assim, para o sol refletir. Sol. Aonde está você? Você está encoberto. Você está solitário. Apenas você brilha, nesse fim de tarde, começo de noite. A lua chega, com um brilho maior, só que em uma distância mais elevada do que o sol estava. Esperei por ligações, que tocaram quando o sol se juntava com a lua. Elas aconteceram. Sei que não sonhei. Foi real. Como ainda sei que é. Sua felicidade faz parte da minha.

Mas... Me deixe compartilhar? Me deixe ser feliz com você pelo menos pela última vez antes de você se ir e enfrentar o mundo que lhe aguarda? Promessas, não adiantarão. Planos, se rasgaram. Cartas, foram queimadas. Mas as fotos, essas ficaram guardadas. Em uma caixa. Embaixo da cama, para assim sonhar e saber que posso colocar minha mão, pegá-la e iluminá-la e ver refletir o que queria que voltasse. O amor de antes. É impossível? Porque tanto falam nessa palavra? Se nascemos, é para enfrentarmos riscos, viver até a última gota de sangue se curar, das tentativas falhas. Até as lagrimas se ressecarem e vier o sorriso iluminado, de alívio. Você me ligaria amanhã? Ou hoje? Para dizer-me algo? Por mais que fosse um silêncio. Ele seria sagrado. Eu o guardaria. Pois saberia que pelo ao menos, você se importou ao ligar. Me diga o que sente. Ou ao menos, me diga o que você viu quando olhou pela última vez em meus olhos e sentiu meu coração bater ao lado do seu. Eu o senti. Você estava ao meu lado. Com dor, clamava seu abraço. Você o dava. Por inteiro. Senti amor. Você sabe bem o que é sentir isso. Hoje, não sei bem o que sinto. Mas talvez se você estivesse ao meu lado, eu saberia menos ainda. Não conseguiria definir. Amor não se escreve, não se fala. Se sente. Prefiro sentir sozinha. Parece que é menos dolorido. Mais passageiro.

Mas me diga, sol, você o trará para ser meu de novo? E fazê-lo sentir o que sentiste da primeira vez? Não me diga que é impossível, pois sabemos que não é. São escolhas. Elas podem acontecer quando menos esperamos. Por mais que eu não o tenha mais hoje, você o tem. Você o ilumina todos os dias. Você o faz sorrir. Então, lhe peço, cuide de quem eu não posso cuidar. Faça-o sorrir, não só todas as manhãs e tardes. Mas o faça sorrir de qualquer jeito. Lhe passo meu papel. Meu sorriso. Pois sei que cada vez que eu olhar você, sol, sei que ele estará olhando-o também. Você estará guiando-o. Para um caminho melhor. Eis meu último pedido sol, olhe por ele, o guie e o ilumine, como se tudo ainda fosse a (nossa) primeira vez.

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